sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer."

domingo, 5 de dezembro de 2010

"Dear book, this is another day in my life. A life is like a book. A book is like a box. A box has six sides. Inside and outside, so, how do you get to what's inside? How do you get what's inside, out? Once upon a time, there lived a very pretty girl, who lived in a beautiful box, and everybody loved her. "

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

To Helena

"Acabo de inventar um novo advérbio: helenamente
A maneira mais triste de se estar contente
a de estar mais sozinho em meio de mais gente
de mais tarde saber alguma coisa antecipadamente
Emotiva atitude de quem age friamente
inalterável forma de se ser sempre diferente
maneira mais complexa de viver mais simplesmente
de ser-se o mesmo sempre e ser surpreendente
de estar num sítio tanto mais se mais ausente
e mais ausente estar se mais presente
de mais perto se estar se mais distante
de sentir mais o frio em tempo quente
O modo mais saudável de se estar doente
de se ser verdadeiro e revelar-se que se mente
de mentir muito verdadeiramente
de dizer a verdade falsamente
de se mostrar profundo superficialmente
de ser-se o mais real sendo aparente
de menos agredir mais agressivamente
de ser-se singular se mais corrente
e mais contraditório quanto mais coerente
A via enviesada para ir-se em frente
a treda actuação de quem actua lealmente
e é tão impassível como comovente
O modo mais precário de ser mais permanente
de tentar tanto mais quanto menos se tente
de ser pacífico e ao mesmo tempo combatente
de estar mais no passado se mais no presente
de não se ter ninguém e ter em cada homem um parente
de ser tão insensível como quem mais sente
de melhor se curvar se altivamente
de perder a cabeça mas serenamente
de tudo perdoar e todos justiçar dente por dente
de tanto desistir e de ser tão constante
de articular melhor sendo menos fluente
e fazer maior mal quando se está mais inocente
É sob aspecto frágil revelar-se resistente
é para interessar-se ser indiferente
Quando helena recusa é que consente
se tão pouco perdoa é por ser indulgente
baixa os olhos se quer ser insolente
Ninguém é tão inconscientemente consciente
tão inconsequentemente consequente
Se em tantos dons abunda é por ser indigente
e só convence assim por não ser muito convincente
e melhor fundamenta o mais insubsistente
Acabo de inventar um novo advérbio: helenamente
O mar a terra o fumo a pedra simultaneamente"

sábado, 6 de novembro de 2010

És só de mim, 
mas fomos tarde demais

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Elevador

" Eu vou queimar tudo o resto, 
fingir que presto para te levar
se eu não ficar foi o tempo
que não nos disse quando parar"

domingo, 3 de outubro de 2010

O chão que pisas sou eu

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"Intervalo Doloroso"

"Tudo me cansa, mesmo o que me não cansa. A minha alegria é tão dolorosa como a minha dor. Quem me dera ser uma criança pondo barcos de papel num tanque de quinta, com um dossel rústico de entrelaçamentos de parreira pondo xadrezes de luz e sombra verde nos reflexos sombrios da pouca água.
.Entre mim e a vida há um vidro ténue. Por mais nitidamente que eu veja e compreenda a vida, eu não lhe posso tocar. Raciocinar a minha tristeza? Para quê, se o raciocínio é um esforço? E quem é triste não pode esforçar-se. Nem mesmo abdico daqueles gestos banais da vida de que eu tanto queria abdicar. Abdicar é um esforço, e eu não possuo o de alma com que esforçar-me.
.Eu não teria o horror à vida como a uma coisa. A noção da vida como um todo não me esmagaria os ombros do pensamento. Os meus sonhos são um refúgio estúpido, como um guarda-chuva contra um raio. Sou tão inerte, tão pobrezinho, tão falho de gestos e de actos. Por mais que por mim me embrenhe, todos os atalhos do meu sonho vão dar a clareiras de angústia. Mesmo eu, o que sonha tanto, tenho intervalos em que o sonho me foge, então as coisas aparecem-me nítidas. Esvai-se a névoa de que me cerco. E todas as arestas visíveis ferem a carne da minha alma. Todas as durezas olhadas me magoam o conhecê-las durezas. Todos os pesos visíveis de objectos me pesam por a alma dentro.
.
A minha vida é como se me batessem com ela."

sábado, 18 de setembro de 2010

Talvez daqui a uns tempos - muito tempo, pouco tempo, nenhum tempo, amanhã - levanto-me e acordo da minha estupidez. Vou amaldiçoar-me por este estado de espírito, este estado de alma, este sofrer sem dor. A tua memória não me pode doer, porque apenas enlaçamos as mãos. Não posso sentir falta de algo que nunca existiu.
Nada disto vale a pena.
E ainda assim eu sinto-o. Não sai de mim com a água do banho, o sabão que me lava não cobre o cheiro da solidão.
Tudo o que tenho de ti tu não me deste e eu não o posso devolver. Está comigo. Tenho de aprender a tê-lo e a saber o que fazer com isso. 

sábado, 11 de setembro de 2010

Quero-te de novo. Quero estar contigo.Quero que voltes a convidar-me para ir passear, para ir seja onde for, desde que estejamos juntos. Quero que digas outra vez o "bom dia", que digas de novo coisas inesperadas.
Quero estar junto a ti.
Quero o teu beijo na bochecha. Quero que me agarres nos teu braços e que brinques com o meu cabelo.
Olha os meus olhos. Quero olhar os teus olhos.
Quero tocar o teu cabelo, a tua face, as tuas mãos. Quero ouvir  tua voz. Quero de novo o teu perfume, esse perfume que junto à porta, o vento arrastou até mim.
Quero que tudo à nossa volta pare, que a Terra não rode, que o Universo seja apenas tu e eu. Quero as minhas mãos nas tuas. Quero as palavras certas. Quero os teus olhos, os teus lábios, a tua pele, o teu corpo. Quero-te todo. Quero-te a ti.

domingo, 15 de agosto de 2010

Sinto a tua falta.
"- Ouve esta música? É a expressão da minha vida: uma partitura admirável, estragada por um horrível, por um  infame executante..."

sábado, 24 de julho de 2010

"Iris, if you were a melody... I used only the good notes."
No meu sonho tu deitas-te a meu lado
e abraças-me.
E eu durmo com a minha
cabeça enterrada no teu peito.

domingo, 18 de julho de 2010

Gosto de fechar os olhos e lembrar a tua cara, gosto de no silêncio desta casa ouvir a tua voz, de na brancura deste papel, escrever-te. Gosto da tua imagem enigmática, gosto da memória da primeira vez que te vi. Gosto da tua estranheza. Gosto da primeira conversa que tivemos. Lembro cada conversa que tivemos e gosto.
Gosto que digas coisas inesperadas, gosto das coisas inesperadas que dizes. Gosto dos gestos inesperados, das reacções, da minha surpresa às tuas reacções. Gosto da tua personalidade, que muitas vezes pouco tem de agradável. Não te consigo prever, mas gosto disso.
Gosto daquilo que és agora, aquilo em que te tornaste, e naquilo em que te estás a tornar. (apesar de saber que o lamentarei mais tarde...)
Gosto dos teus mil-e-um eus, dos 'porque sim' dos 'não sei' e de toda a aleatoriedade. Gosto do que dizes e do que não dizes, quando o silêncio significa algo. Gosto do teu silêncio quando apenas estás, quando apenas és, quando apenas estamos e somos.
Gosto daquilo que já fomos, pelo menos nos meus sonhos, e gosto mais ainda de sonhar o que poderemos ser. Gosto de imaginar-nos.Gosto de ler-te nos protagonistas dos romances e de ver-me a teu lado.
Gosto de sonhar contigo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Quero adormecer para te sonhar outra vez.

domingo, 13 de junho de 2010

"Não sei que mistério há na alma das mulheres que as faz apegarem-se ao que mais as magoa. Falo de mágoa, que é um sentimento feminino, complexo e transparente como uma renda e como ela elaborado e leve.
É no claro escuro dos sentidos que ganha terreno esse musgo macio, poético das recordações infelizes. O que nos alegra passa, o que nos magoa fica."

sábado, 5 de junho de 2010

Eu só queria um bocadinho de ti

Eu não tinha nada, e tu apareceste. Mas  nessa altura eras pouco, e eu nunca poderia pedir ou imaginar que fosses mais. Tu estavas lá e eu via-te. E era o suficiente, porque nunca pedi mais.
Mas depois entraste na minha vida. E meia hora chegou para mudar tudo. Foi o bocadinho de ti que deste sem saber, que eu queria sem pedir, que mudou tudo. Depois já não havia volta a dar: queria mais de ti, queria mais. E tu deste mais. Mais uma vez deste muito mais do que imaginei, sem sequer saberes que eu o queria.
Agora não te consigo deixar. Não sais da minha cabeça e eu não te posso deixar ir.

sábado, 29 de maio de 2010

Não há motivo para te importunar a meio da noite,
como não há leite no frigorífico, nem um limite
traçado para a solidão doméstica.


Tudo desaparece. Nada desaparece. Tudo desaparece
antes de ser dito e tu queres dormir descansada. Tens
direito a um subsídio de paz.


Se eu escrever um poema, esse não é motivo para te
importunar. Eu escrevo muitos poemas e tu trabalhas
de manhã cedo.


Toda a gente sabe que a noite é longa. Não tenho o
o direito de telefonar para te dizer isso, apesar dessa
evidência me matar agora.


E morro, mas não morro. Se morresse, perguntavas:
porque não me telefonaste? Se telefonasse, perguntavas:
sabes que horas são?


Ou não atendias. E eu ficava aqui. Com a noite ainda
mais comprida, com a insónia, com as palavras
a despegarem-se dos pesadelos.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Estou parada e estou morta. Ando como que parada, são apenas os meus pés que mexem e eu não vejo, e eu não sei. Não sinto fome, não sinto o frio ou o calor, porque sinto apenas o não estares. Estou sozinha, e desejo a solidão. Sem ninguém eu estou só contigo, tu estás na minha cabeça e és tudo o que sinto. Tu não estás sozinho, estás comigo e és tudo o que penso na minha mente vazia.
(Quem me dera ter uma fotografia tua...!)
Os olhos na minha mente recordam. Os teus olhos nos meus.O teu cabelo, as minhas mãos no teu cabelo, o meu cabelo no teu cabelo, as tuas mãos no meu cabelo. Sozinha, a minha pele pensa, recorda. As tuas mãos nas minhas, a minha cabeça colada à tua. As minhas mãos nas tuas. Os nossos olhos, os meus olhos nos teus. O nosso olhar a cruzar-se. A tua boca e a minha boca. Os teus lábios, que mesmo tão perto, nunca tocaram os meus. O meu coração, as nossas mãos. Tu nas minhas costas, tu. Tu no meu pescoço.Respiras. Respiro. A minha pele lembra-se. Nós, o tempo, os teus olhos, nós.
A minha pele está nua e não sinto nada. Tu. A minha pele está sozinha.
Dói, mas é porque quero. Dói, mas é a única forma de te ter, de te ver. Penso em ti, e dói. Mas vejo-te, e mesmo doendo, és tu, e somos nós.

A minha cabeça está vazia

A minha cabeça está vazia de pensar em ti. A minha cabeça está vazia de pensar em ti.A minha cabeça está vazia de pensar em ti.A minha cabeça já não é, és tu. Fecho os olhos e vejo os teus olhos e o vazio. E o tempo pára, e começa outra vez o tempo contigo. E a minha cabeça vazia pára, e reencontra todos os momentos contigo, penso em ti. E já não sou mais eu para sermos eu e tu, e o passado, e o sonho.
Hoje vi-te e tu não me viste. Ontem vi-te e tu viste-me e não falámos. Hoje vi-te, tu não me viste, e falámos mais tarde, quando já não nos víamos. Vi-te, falámos e falaremos, mas eu não estou contigo. E a minha cabeça vazia trás de novo o passado enquanto grita para que se repita, e para que seja agora, mais uma vez.
A minha cabeça está vazia de pensar em ti e encontra a tua visão, tu hoje. E a minha cabeça relembra outras visões de ti e sonha com novas visões. A minha cabeça vazia relembra todas as palavras que trocamos e emenda as que não queria ter dito, e recorda a perfeição de tudo o que disseste, e tudo aquilo que gostava que tivesses dito e não disseste, mas eu senti que disseste no teu silêncio.
E sorrio para tudo isto, tudo o que a minha cabeça vazia de pensar em ti pensou. E sorrio, enquanto o meu coração geme e todo o meu corpo geme para te ter comigo outra vez.   

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Penso: talvez haja uma luz dentro dos homens, talvez uma claridade, talvez os homens não sejam feitos de escuridão, talvez as certezas sejam uma aragem dentro dos homens e talvez os homens sejam as certezas que possuem.

sábado, 24 de abril de 2010

"O pano cai, o medo vem, o corpo treme e sente o chão.
Por tanto quereres o que não tens a voz é surda atrás da mão."

domingo, 11 de abril de 2010

Não há esperança que tenha sentido. Que ninguém pense realizar os seus sonhos.Mais do que isso, deverá compreender como é loucura ter esperança. Uma vez isso compreendido, pode então ter esperança. Se, mesmo assim, conseguir ainda sonhar, então a vida tem um sentido.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Shine on you crazy diamond

Remember when you were young, you shone like the sun.
Shine on you crazy diamond.
Now there's a look in your eyes, like black holes in the sky.
Shine on you crazy diamond.
You were caught on the crossfire of childhood and stardom,
blown on the steel breeze.
Come on you target for faraway laughter,
come on you stranger, you legend, you martyr, and shine!
You reached for the secret too soon, you cried for the moon.
Shine on you crazy diamond.
Threatened by shadows at night, and exposed in the light.
Shine on you crazy diamond.
Well you wore out your welcome with random precision,
rode on the steel breeze.
Come on you raver, you seer of visions,
come on you painter, you piper, you prisoner, and shine!

sábado, 30 de janeiro de 2010

Roads

Oh, can't anybody see,
We've got a war to fight,
Never found our way,
Regardless of what they say.

How can it feel, this wrong,
From this moment,
How can it feel, this wrong.

Storm,
In the morning light,
I feel,
No more can I say,
Frozen to myself.

I got nobody on my side,
And surely that ain't right,
Surely that ain't right.


 

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Islands

I don't have to leave anymore
What I have is right here
Spend my nights and days before
Searching the world for what's right here

Underneath and unexplored
Islands and cities I have looked
Here I saw
Something I couldn't over look

I am yours now
So now I don't ever have to leave
I've been found out
So now I'll never explore

See what I've done
That bridge is on fire
Going back to where I've been
I'm froze by desire
No need to leave

Where would I be
IF this were to go under
It's a risk I'd take
I'm froze by desire
As if a choice I'd make

I am yours now
So now I don't ever have to leave
I've been found out
So now I'll never explore

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Morreste-me

"E pensei não poderiam os homens morrer como morrem os dias? assim, com pássaros a cantar sem sobressaltos e a claridade líquida vítrea em tudo e o fresco suave fresco, a brisa leve a tremer as folhas
pequenas das árvores, o mundo inerte ou a mover-se calmo e o silêncio a crescer natural natural, o silêncio esperado, finalmente justo, finalmente digno."

sábado, 16 de janeiro de 2010

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Change

I watched you change
Into a fly
I looked away
You were on fire

I watched a change in you
It's like you never had wings
Now you feel so alive
I've watched you change

I took you home
Set you on the glass
I pulled off your wings
Then I laughed

I look at the cross
Then I look away
Give you the gu
Blow me away

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

"For what it's worth: it's never too late or, in my case, too early to be whoever you want to be. There's no time limit, stop whenever you want. You can change or stay the same, there are no rules to this thing. We can make the best or the worst of it. I hope you make the best of it. And I hope you see things that startle you. I hope you feel things you never felt before. I hope you meet people with a different point of view. I hope you live a life you're proud of. If you find that you're not, I hope you have the strength to start all over again."