Correram os dias, desfilaram os anos,
caíram Invernos sobre a campa fria,
em cima dos outros dos tempos arcanos,
tão longos, tão lentos, tão tristes sofridos
na vida negada, sem paz e alegria.
Pesou-te a amargura dos prantos contidos
e envolvem-te as sombras a cobrir o dia
que nunca tiveste nos anos vividos.
Como a rocha nua num seco deserto,
nunca a primavera sentiste brotar,
nem ver tu pudeste, de longe ou de perto,
a chama da vida, perene e fugaz.
perene ou fugaz
Passaram os anos; ficaste a cismar
que o verão da vida foi tempo falaz
e que a flama erguida sobre o teu altar
era o fogo ardente de incêndio voraz.
Viveste esbatida na difusa luz,
crepúsculo triste de outono despido,
carregando aos ombros a pesada cruz.
E no inverno agreste, pesado também,
tão triste viveste no tempo perdido,
tão perto do mal e tão longe do bem,
que ao Céu vou pedindo, num tom dolorido,
que Deus tenha pena de ti, minha Mãe.
Por Ângelo Pires (Lis Pena Rego)
http://www.oregional.pt/noticia.asp?idEdicao=346&id=11482&idSeccao=3504&Action=noticia
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<3 este é o derradeiro. Obrigado por publicares ;)
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